sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Contradições

Senti borboletas no estômago nos primeiros encontros. Procurei músicas para tentar traduzir aquilo que eu passei a sentir por você. Fiquei corada quando você roubou um beijo meu na frente de todo mundo. Mandava mensagens desejando que eu fosse a protagonista dos seus sonhos. Tentava juntar algumas meias palavras na esperança de escrever algo lindo pra você guardar, pra você lembrar de mim. Pensei em você mesmo quando não devia. Escrevi seu nome em todos os meus cadernos, livros, rascunhos e folhas. Disse que você era a melhor coisa que havia acontecido na minha vida. Jurei que você era o futuro pai dos meus filhos. Fiz planos absurdos sobre como me casaria com você, onde moraríamos, quantas crianças correndo pela casa seriam fruto do nosso amor, quantos cachorros correndo no gramado da frente, pra onde iriamos, o que viveríamos juntos. Eu sonhei. Eu amei você.

Amei tanto que não soube presar esse amor. Amei a ponto de não controlar o ciúmes, de não suportar a distância, a saudade. Amei tanto que passei a perder noites de sono quando a ilusão que eu criei começou a se desfazer. Fiquei cega a ponto de não enxergar que o amor também possui erros e imperfeições. Amei tanto te amar que me esqueci de como era me amar, de como era respirar, viver.

Pouco espaço, muitas brigas, palavras que doíam, que ecoavam, que não eram mais esquecidas.

Você não tinha tempo pra me escutar, pra ouvir como eu me sentia, como foi o meu dia. E eu tinha que estar em perfeito humor pra te aconselhar, pra conversar sobre as coisas chatas que você insistia em me fazer gostar, e que eu tentava. Tentava por você. Tentava por querer que você também tentasse comigo. Mas você não tentava. Nunca tentou tentar.

Não havia mais como, não existia mais futuro. Era tudo por obrigação, por medo de acabar. Medo de acabar o que já tinha acabado há muito tempo e não tínhamos nos dado conta.

Bastou apenas a palavra final. "Acabou."

Acabou mas eu amei. E talvez ainda ame. Só que amar calada, sozinha, imaginado que tudo ainda possa ser perfeito, me faz sofrer menos do que antes.



domingo, 17 de julho de 2011

Imagine


Imagine que existe um pequeno lugar formado por minúsculos espaços que emitem luz e calor e que inicialmente todos esses espaços estejam completamente preenchidos.
Imagine que a cada decepção, a cada mágoa, a cada mentira, traição ou decepção um desses espaços se apague, tornando-se escuro e frio.
Imagine que conforme as luzes se apagam você perde um dom.
O dom de confiar; o dom de acreditar; e o dom de sorrir.
Imagine que depois de apagadas, as luzes não possam ser re-acesas.
Imagine quantos dons você tira de alguém quando apaga suas luzes.
Imagine o quanto é frustrante ter suas luzes apagadas, perder cada dom possuído, sentir-se escuro e frio porque alguém levou consigo um de seus espaços e você sabe que é impossível trazê-lo de volta.
Imagine que esse lugar se encontre dentro de você.
Imagine que ele seja conhecido como coração.
Agora imagine que todos os seus espaços estejam vazios.

terça-feira, 28 de junho de 2011

O amor dele

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"Eu te amo mais". E derrepente toda sua postura firme de descrenças e desamor vão por água a baixo. Você se vê amando pela primeira ou mais uma vez. Você se pega sorrindo para o nada só de se lembrar da piada boba que ele fez e que você respondeu com um tapinha e um sorriso tímido, dizendo que ele é tonto e por fim, abraçando-o carinhosamente, ainda enfeitiçada pelo jeito que só ele tem.

Você percebe que adotou uma máscara de durona durante muito tempo, que deixou de acreditar em tudo porque um único alguém te decepcionou. Mas agora... Agora é ele, você não suporta imaginar como seria vê-lo longe, você faz de tudo para arrancar um sorriso do seu rosto e tentar mostrar a felicidade a ele do mesmo jeito que ele te fez descobrir a sua.
Pensando bem, agora você acredita no tal do 'felizes para sempre'.
E por que? Bem, não existe porque.
Você se apaixona, se entrega, desenha corações na folha de caderno e o nome dele ao lado do seu. Você sente o coração pulsando mais forte, as bochechas quentes e coradas, o movimento acelerado das mãos e os dedos se enterrando compulsivamente entre os cabelos. Você o ama.
E é essa a sua felicidade hoje, você acredita em tudo novamente, você sente aquilo que só ouvia os outros dizer e não sabia do que realmente se tratava.
E se não der certo, tudo bem. Pra todo fim existe um recomeço. Ele é o seu agora.
"Não, eu te amo mais!"

sexta-feira, 3 de junho de 2011

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Passos apressados na rua escura. Pensamentos distantes, carregados e vagos ao mesmo tempo. O vento gelado cortando meu rosto. Os olhos úmidos, tentando controlar a dor. A velha e conhecida dor.

Eu voltava pra casa mesmo sem encontrar motivos para fazê-lo. Fitava com insegurança o vazio e as sombras projetadas no asfalto pela luz fraca dos postes. Ergui o olhar e a figura de um moço de uns 30 anos, cabelos lisos, camisa pólo azul, jeans e um casaco preto me deu coragem de seguir o meu trajeto. Se algo ruim me acontecesse, eu gritaria, e estando próxima a alguém que aparentava ser um bom sujeito, eu estaria salva. Pelo menos era isso que eu esperava.

Segui o caminho por ele feito com os olhos fixos em seus pés, e quando por algum motivo eu perdia a concentração, tratava de logo recuperá-la. Mas parecia impossível numa noite como essa.

Se me perguntassem o que havia de errado comigo, é provável que eu não soubesse responder. E talvez realmente não houvesse nada, mas algo no meu subconsciente cuidava pra que esse turbilhão de sentimentos me dominassem. Podia ser apenas o cansaço ou alguma desilusão. Expectativas perdidas, talvez. Não sei.

É só que às vezes o que antes te completava, não serve mais. E nós erramos ao tentar substituir pessoas insubstituíveis. Erramos ao tentar sentir algo que só um único alguém consegue nos proporcionar. E erramos ao pensar que a solidão é o melhor remédio porque, aos poucos, ela sufoca.

Em mais um desses momentos eu novamente perdi o foco. Procurei rápida e desesperadamente pelo par de tênis brancos que eu havia seguido.

E ali estavam eles. Parados diante de um portão, abrindo um enorme sorriso enquanto uma moça de cabelos claros o correspondia com seu olhar. Ela abriu o portão, o abraçou e delicadamente pressionou seus lábios contra os do homem. Eles ficaram ali por alguns minutos e eu tive que continuar meu caminho. O caminho que insistia em me levar a minha própria realidade: Vazio. Sozinho. E silencioso.

sábado, 30 de abril de 2011

É você.

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Para muitos, química perfeita. Para outros, paixão. Pra mim, tudo.

Você faz eu me sentir mulher, desperta desejos e sentimentos até então ocultos. Você faz meu corpo inteiro se arrepiar só por me tocar, me faz esquecer o mundo ao meu redor e só sentir você, como se fôssemos apenas um.

Você faz eu me sentir menina, me dá liberdade pra sonhar e fazer planos ao seu lado. Faz tudo ao meu redor girar quando pega minhas mãos e diz que me ama, que eu sou tudo que você sempre quis, e que é comigo que você quer ficar o resto dos seus dias. Ao seu lado eu acredito que tudo vai ser pra sempre. PRA SEMPRE! Você me devolveu o encanto que há muito tempo haviam destruído. Você mudou tudo em mim.

É você o dono da minha paz, do meu coração, do meu corpo e da minha alma. É você o meu destino, quem eu sempre desejei.

E ao final, eu sei. Sei que isso é amor.

O nosso amor.