quarta-feira, 3 de novembro de 2010

sorry for that.



Quando eu era apenas um bebê, tudo o que eu queria era estar no colo da minha mãe; havia tanto amor ali, eu me sentia tão segura, tão protegida, via tanta doçura naqueles olhos que me encaravam cheios de carinho. Mas logo me fizeram entender que ele não podia ser meu o tempo todo, sempre tive o colo da minha mãe, mas me mostravam a hora de ir para o berço.

Quando eu cresci e dei os primeiros passos, encontrei as primeiras palavras e aprendi a brincar eu ganhei uma boneca. Ela não era uma boneca qualquer, ela era linda, diferente de todas as outras; eu a levava a todo lugar, quando me diziam que era hora de brincar era ela o meu objeto favorito, a primeira que vinha a minha cabeça. Depois de alguns anos ela estava velha, não era mais a mesma, mas ainda era minha, era ela e eu sabia disso, mas minha mãe não. Ganhei outras, mas nada substituiu aquela, nunca. Alguns anos depois era meu travesseiro quem me fazia companhia, ele que absorvia minhas lágrimas, escutava meus medos, minhas histórias e meus pensamentos altos e foi assim até o dia que eu o esqueci em casa e tive que conseguir dormir sem ele, lembro-me do quanto foi difícil. Aos 10 anos foi a vez do meu cachorrinho de pelúcia, ele era pequeno e fofo, eu amava dormir abraçada com ele e até conversar quando algo saia errado, durante alguns anos ele foi meu melhor amigo, depois, outra vez, tive que aprender a deixá-lo. Bem mais tarde veio o primeiro namorado, o primeiro beijo, o primeiro amor. Lembro de como tudo aquilo era importante pra mim, como eu o amava e como ele me amava - ou pelo menos nós pensávamos que fosse assim - e o que eu sentia só aumentava cada vez mais, eu já fazia planos... até que o tempo me mostrou que toda aquela intensidade só serviu pra me machucar, pra me fazer sofrer e pra no final, me obrigar a lidar com a dor da perda outra vez. O tempo não cura, não mesmo. Mas ele ensina, mostra que é possível conviver com uma dor enorme, pois um dia ela passará a ser uma pequena ferida deixada no canto do coração.

Você. Eu te amei, foi tudo muito bom, houve sim intensidade mas eu preferi partir, pois desta vez eu tive medo. Eu sempre fui abandonada, porque permitiria mais uma vez? Então que agora, seja feito por mim.

Entenda! Eu não sou uma qualquer, tão pouco quis brincar com seus sentimentos. É que a vida me ensinou que um dia todos vão embora, e dói lidar com isso, então agora que seja minha vez.

3 comentários:

Anônimo disse...

Muito bom seu texto

Nathália disse...

obrigada!

Anônimo disse...

Guriaaaaaaaaa. tu é demaiis *---------*